“A história acabou, não haverá nada mais que contar”, escreveu Saramago
na última linha de Caim. Em 2009, quando terminou o último romance que viu
publicado, o escritor abriu um documento no seu computador e anotou: "Afinal,
talvez ainda vá escrever outro livro."
O livro que Saramago estava a escrever quando, em junho de 2010, deixou
de estar – como definia a morte – tem como título Alabardas, alabardas,
Espingardas, espingardas e agora é, finalmente, dado a conhecer. É sobre a
publicação da última história que Saramago quis contar que se centra a 28ª edição da revista Blimunda,
no seu dossiê central. Além de um texto sobre o romance inacabado e de uma
entrevista com Luiz Eduardo Soares, antropólogo e especialista em segurança
pública que assina o prefácio da edição brasileira de Alabardas,
alabardas, a revista traz as palavras de quatro editores envolvidos no
processo de publicação do romance.
Também em destaque na edição de setembro da Blimunda o
registo fotográfico de João Pina sobre a Operação Condor, aliança forjada entre
os regimes militares e ditatoriais de vários países do Cone Sul da América e a
CIA, nos anos 70 do século passado. O texto sobre o livro do fotógrafo
português é assinado por Sara Figueiredo Costa.
Na seção Cinema, João Monteiro apresenta a segunda parte do seu artigo
sobre literatura negra e cinema negro.
Andreia Brites e Sérgio Machado Letria estiveram em Beja, nas Palavras
Andarilhas, de onde trouxeram uma deliciosa conversa com a escritora e pedagoga
colombiana Yolanda Reyes, que há mais de trinta anos se dedica à mediação e
promoção da leitura.
Para fechar a revista, a Saramaguiana recupera o manifesto de José
Saramago contra a Guerra no Iraque, apresentado publicamente na Porta do Sol –
Madrid, em 2003, diante de centenas de milhares de pessoas que se manifestavam
contra mais um episódio de uma história feita de guerra e de barbárie.
Para baixar a revista basta ir aqui.
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