quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Outra parte do espólio de José Saramago na Biblioteca Nacional de Portugal



A Fundação José Saramago doa o espólio do escritor à Biblioteca Nacional de Portugal (BNPT). Entre os documentos se contam o manuscrito do livro póstumo Clarabóia, que o autor escreveu no final dos anos 40, logo após ter publicado o romance de estreia Terra do Pecado, os originais de Manual de pintura e caligrafia e Memorial do convento – ambos, dactiloscritos com extensas anotações manuscritas –, vários cadernos que o autor utilizava para ir estruturando os romances que se preparava para escrever, e também alguma correspondência, designadamente com Jorge Amado e Jorge de Sena.

A Biblioteca Nacional de Portugal já é depositária de alguns originais, como os cadernos de anotações e materiais de composição para O ano da morte de Ricardo Reis, versões do conto “Embargo” (doados em 1998) e correspondência diversa com nomes como Adolfo Casais Monteiro e José Rodrigues Miguéis, doados pelo próprio José Saramago, que, na ocasião entregou também o diploma do Nobel; foi em março de 1994, quando se deu essas que foram as primeiras doações. Na ocasião, Saramago escreveu uma carta à BNPT dando conta das suas intenções: “Há cartas, papéis, manuscritos que não tenho o direito de conservar como coisa minha, pois na verdade pertencem a todos."

A ideia é que todo o arquivo de Saramago venha a ser transferido para a Biblioteca Nacional de Portugal completando o pequeno núcleo documental do escritor que já integra o Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea. Como tem vindo a fazer para os restantes espólios reunidos no Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea – alguns doados, outros apenas depositados –, a BNPT digitalizará e disponibilizará os documentos que não exijam reserva de consulta. 

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