A Fundação
José Saramago doa o espólio do escritor à Biblioteca Nacional de Portugal (BNPT).
Entre os documentos se contam o manuscrito do livro póstumo Clarabóia, que o autor escreveu no final
dos anos 40, logo após ter publicado o romance de estreia Terra do Pecado, os originais de Manual de pintura e caligrafia e Memorial do convento – ambos,
dactiloscritos com extensas anotações manuscritas –, vários cadernos que o
autor utilizava para ir estruturando os romances que se preparava para
escrever, e também alguma correspondência, designadamente com Jorge Amado e
Jorge de Sena.
A Biblioteca
Nacional de Portugal já é depositária de alguns originais, como os cadernos de
anotações e materiais de composição para O
ano da morte de Ricardo Reis, versões do conto “Embargo” (doados em 1998) e
correspondência diversa com nomes como Adolfo Casais Monteiro e José Rodrigues
Miguéis, doados pelo próprio José Saramago, que, na ocasião entregou também o
diploma do Nobel; foi em março de 1994, quando se deu essas que foram as
primeiras doações. Na ocasião, Saramago escreveu uma carta à BNPT dando conta das
suas intenções: “Há cartas, papéis, manuscritos que não tenho o direito de
conservar como coisa minha, pois na verdade pertencem a todos."
A ideia é
que todo o arquivo de Saramago venha a ser transferido para a Biblioteca
Nacional de Portugal completando o pequeno núcleo documental do escritor que já
integra o Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea. Como tem vindo a fazer
para os restantes espólios reunidos no Arquivo de Cultura Portuguesa
Contemporânea – alguns doados, outros apenas depositados –, a BNPT digitalizará
e disponibilizará os documentos que não exijam reserva de consulta.
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