«O viajante
viajou no seu país. Isto significa que viajou por dentro de si mesmo, pela
cultura que o formou e está formando», aponta José Saramago em Viagem a
Portugal. Nesse livro publicado em 1981, o escritor se coloca na pele de
um viajante que percorreu o seu país a fim de descobri-lo e descobrir-se. Para
isso, permite perder-se, demorar-se, conhecer pessoas e histórias, e andar por
lugares cujos guias turísticos não conhecem.
A revista
deste mês, através das palavras de Pilar del Río, revisita esse título de
José Saramago. «O olhar delata o viajante nas suas opções, nas suas
emoções e nos seus desgostos. O viajante não necessita de se explicar para
estar explicado, e é por isso que este livro, que é uma viagem a Portugal, é
também uma viagem a Saramago. Ainda que o autor não fale de si, ainda que
não apareça nenhum dado pessoal, Viagem a Portugal é o retrato
possível do homem que escreve e do país escrito», escreve a presidenta da
Fundação José Saramago.
Neste
número a Blimunda fez um passeio pelo universo das feiras de
edição independentes e alternativas, como tradicional Feira Morta de
Lisboa, e também percorreu o mundo dos livros Pop-Ups a partir de uma
exposição patente na Biblioteca Nacional de Portugal. A revista foi até
Proença–a-Nova para conhecer a biblioteca itinerante, um projeto que completa
dez anos de existência. E visitou o traço de Eduardo Fonseca, jovem pintor
brasileiro que neste mês de julho expõe o seu trabalho no Centro Cultural de
Belém.
Ainda há
espaço para conhecer os livros de António Mega Ferreira e para o texto
ficcional da escritora Andréa Zamorano. «A felicidade, fique o leitor sabendo,
tem muitos rostos. Viajar é, provavelmente, um deles», escreve José Saramago
no final da Viagem a Portugal. Viajemos, pois, por esta Blimunda.
Boas férias e bom verão, até Agosto!
© Fundação José Saramago
Para baixar basta ir aqui.
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