terça-feira, 20 de outubro de 2015

O Prêmio José Saramago 2015: Bruno Vieira do Amaral



Homenageando a figura do Prêmio Nobel da Literatura, José Saramago, a honraria foi criada em 1999 pela Fundação Círculo de Leitores. Afirmando-se como um dos mais importantes prêmios literários atribuídos no âmbito da lusofonia a autores com obra publicada em português, e com idade não superior a 35 anos, foram distinguidos/as em anos anteriores nomes como José Luís Peixoto, Adriana Lisboa, Gonçalo M. Tavares e Valter Hugo Mãe.

O nome distinguido de 2015 foi o do português Bruno Vieira do Amaral com a obra As primeiras coisas. O escritor nasceu em Barreiro, 1978; é graduado em História Moderna e Contemporânea pelo ISCTE, crítico literário e tradutor, assessor de imprensa no Grupo Bertrand Círculo, é o atual editor-adjunto da revista Ler. Começou por escrever no seu blog, Circo da Lama, e em 2013 publica Guia para 50 personagens da ficção portuguesa, em 2015 Aleluia!, ambos na área do ensaio. As primeiras coisas é o seu primeiro romance.

O júri composto por Ana Paula Tavares, António Mega Ferreira, Manuel Frias Martins, Nazaré Gomes dos Santos, Paula Cristina Costa e Nélia Piñon foi unânime na escolha.

Ana Paula Tavares elogiou a obra “pela sereníssima beleza da prosa, o conseguimento do conteúdo, a maturidade estética e a solidez das escolhas”; chamou o texto de Bruno Vieira de “trabalho muito original assente sobre uma geografia de camadas sobrepostas que constituem o chão do “bairro Amélia” que tão bem suporta as personagens e a memória que as sustenta”.

As primeiras Coisas é apresentado como um mosaico de personagens marginais, inesperadas, carregadas de histórias que se ligam entre si: podíamos conhecê-los a todos, não morariam muito longe de uma grande cidade. A Humanidade inteira arde no Bairro Amélia, um lugar perdido na Margem Sul do Tejo, onde a História é reconstruída por personagens que raramente aparecem na literatura portuguesa. Memórias, embustes, traições, homicídios, sermões de pastores evangélicos, crônicas de futebol, gastronomia, um inventário de sons, as manhãs de domingo, meteorologia, o Apocalipse, a Grande Pintura de 1990, o inferno, os pretos, os ciganos, os brancos das barracas, os retornados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário