Homenageando a figura do Prêmio Nobel da Literatura, José Saramago, a honraria
foi criada em 1999 pela Fundação Círculo de Leitores. Afirmando-se como um
dos mais importantes prêmios literários atribuídos no âmbito da lusofonia
a autores com obra publicada em português, e com idade não superior a 35 anos,
foram distinguidos/as em anos anteriores nomes como José Luís Peixoto, Adriana Lisboa,
Gonçalo M. Tavares e Valter Hugo Mãe.
O nome distinguido de 2015 foi o do português Bruno Vieira
do Amaral com a obra As primeiras coisas.
O escritor nasceu em Barreiro, 1978; é graduado em História Moderna e
Contemporânea pelo ISCTE, crítico literário e tradutor, assessor de imprensa no
Grupo Bertrand Círculo, é o atual editor-adjunto da revista Ler. Começou por
escrever no seu blog, Circo da Lama, e em 2013 publica Guia para 50 personagens da ficção portuguesa, em 2015 Aleluia!, ambos na área do ensaio. As primeiras coisas é o seu primeiro
romance.
O júri composto por Ana Paula Tavares, António Mega
Ferreira, Manuel Frias Martins, Nazaré Gomes dos Santos, Paula Cristina Costa e
Nélia Piñon foi unânime na escolha.
Ana Paula Tavares elogiou a obra “pela sereníssima beleza da
prosa, o conseguimento do conteúdo, a maturidade estética e a solidez das
escolhas”; chamou o texto de Bruno Vieira de “trabalho muito original assente
sobre uma geografia de camadas sobrepostas que constituem o chão do “bairro
Amélia” que tão bem suporta as personagens e a memória que as sustenta”.
As primeiras Coisas
é apresentado como um mosaico de personagens marginais, inesperadas, carregadas
de histórias que se ligam entre si: podíamos conhecê-los a todos, não morariam
muito longe de uma grande cidade. A Humanidade inteira arde no Bairro Amélia,
um lugar perdido na Margem Sul do Tejo, onde a História é reconstruída por
personagens que raramente aparecem na literatura portuguesa. Memórias, embustes,
traições, homicídios, sermões de pastores evangélicos, crônicas de futebol,
gastronomia, um inventário de sons, as manhãs de domingo, meteorologia, o
Apocalipse, a Grande Pintura de 1990, o inferno, os pretos, os ciganos, os
brancos das barracas, os retornados.
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